A cultura Hip Hop está chegando aos 50 anos de existência e ao longo dessa jornada se espalhou pelas periferias de diversos países, inclusive no Brasil. Hoje o Hip Hop é universal e não seria ousado dizer que em qualquer cidade que você for tem um muro grafitado, uma rodinha de freestyle, um jeito de dançar e de se vestir que vem do Hip Hop!

A quantidade de artistas que atuam neste segmento no Brasil é muito expressiva, porém, mesmo que a cultura tenha público em todo canto, influencie tantas outras linguagens e tenha milhares de artistas, infelizmente trabalhar com hip hop e ganhar dinheiro por aqui não é nada fácil !

Uma pesquisa realizada pela Dinastia Sabah no início de 2021 revelou em números algo que você já deve ter percebido: a grande maioria dos artistas precisa trabalhar com outra coisa para pagar os boletos, se sustentar e sustentar o sonho de viver da sua arte!  

Além disso, os que conseguem viver o hip hop como profissão lidam com o preconceito diariamente dentro da própria atividade artística. Por exemplo: Na música, um cantor e um instrumentista são facilmente legitimados, as pessoas assimilam que eles são profissionais da área da música e assim podem ter acesso a diversas oportunidades no ramo. 

Quando se trata de MC, rapper ou DJ, as pessoas entendem que são profissionais da área da música tanto quanto ? Infelizmente muitos ainda estão questionando se o rap e o funk são música “de verdade” !

Esse mesmo paralelo acontece na dança, se analisarmos o ballet, o jazz, a dança de salão  em comparação ao breaking, ou ainda nas artes plásticas e visuais, se analisarmos as oportunidades profissionais e a legitimidade dada à pintura, a escultura, às instalações artísticas em comparação ao graffiti. O reconhecimento nem sempre é equilibrado dentro das linguagens artísticas, e com isso as oportunidades profissionais para artistas de hip hop são geralmente limitadas a festivais, concursos, editais e programas à parte, específicos no contexto do hip hop. Daí a importância de ocupar diferentes espaços, buscar o conhecimento e se profissionalizar na sua atividade. Até porque ser artista no Brasil, no contexto atual, éter uma profissão de resistência!

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